Justiça condena supermercado Mateus por tortura em cliente

Águas de Timon - Novembro/2024

Na manhã do dia 20 de julho de 2021, Jacqueline Debora Costa de Oliveira entrou no Mix Mateus do Araçagy, São Luís, para fazer compras, mas acabou se tornando vítima de agressões. Após ser acusada de roubar produtos, ela foi levada para uma sala onde sofreu torturas físicas e verbais, de acordo com investimento policial.

A Justiça condenou tanto o Mateus Supermercados quanto três de seus funcionários. A empresa terá que pagar uma indenização de R$ 3 mil e os três funcionários foram sentenciados a três anos de prisão em regime aberto.

Jacqueline, que apresentou marcas das punições na Casa da Mulher Brasileira, descreve que foi agredida com pedaços de madeira por um vigilante, um gerente, e uma funcionária do local. Em sua defesa, ela nega as acusações de furto, afirmando que as agressões foram injustificadas.

As sentenças foram impostas em dois processos distintos, sendo um cível e outro criminal. O Mateus Supermercados foi considerado responsável pelos danos infligidos aos seus clientes e os funcionários também.

Jacqueline anunciou sua intenção de recorrer da sentença, considerando as penas aplicadas insuficientes e injustas. “Não houve justiça. Eu fui humilhada, e o valor que me oferecem não cobre nem os custos do advogado”, afirmou.

A defesa dos acusados argumenta que Jacqueline possui um histórico de furtos como justificativa para a abordagem. Em resposta, o Mateus Supermercados afirmou que não ocorreu violação dos procedimentos padrões da empresa e que uma sindicância foi instalada para averiguar o ocorrido.

Durante o incidente, Jacqueline reportou que depois de ser agredida, os funcionários tentaram forçar uma confissão sobre um suposto roubo. Somente após a chegada de um policial à paisana, a situação foi interrompida. Ela busca justiça não apenas para si, mas também pela humilhação que sofreu diante de seus filhos e da sociedade.

O caso levanta questões sérias sobre os direitos dos consumidores e a responsabilidade dos estabelecimentos comerciais em garantir um ambiente seguro para todos. Os desdobramentos dessa situação continuarão a ser acompanhados de perto.

Jacqueline afirma tudo começou quando ela foi ao supermercado para comprar comida, mas acabou saindo sem nada porque tinha esquecido o cartão de crédito. Foi então que o segurança do Mateus Supermercados a agarrou pelo braço, já na região do estacionamento, e a levou para dentro de uma “Sala de Prevenção de Perdas”, onde iniciaram as agressões.

“A vítima permaneceu sob guarda dos denunciados na sala de prevenção por cerca de uma hora, mesmo não tendo sido encontrado com ela nada ilícito, tempo em que foi agredida com um objeto de madeira, apanhando ripadas nos braços e pernas, além de palmatória”, aponta o inquérito policial.

Dentro da sala, os funcionários também disseram que ela era membro de uma quadrilha que rouba produtos de supermercados. No local, tiraram fotos dela, enviaram para diversas pessoas, e tentavam fazê-la destravar o celular para entregar outras supostas comparsas.

“O vigilante e uma funcionária foram muito agressivos. Eles desligaram a câmera que tem dentro da sala e iniciaram uma sessão de tortura. Não encontraram nada na minha bolsa, pegaram umas garrafas de gim e tentaram forjar que eu tinha roubado. Disseram ainda que era pra eu ‘entregar as pessoas’, me mostraram fotos de mulheres que eu nunca vi na vida. Eu ainda destravei o celular, mas mesmo assim fui muito agredida”, relata Jacqueline.

A mulher disse ainda que a tortura só terminou quando um policial à paisana chegou ao local, após uma hora e meia, e começou a dizer aos funcionários do supermercado que tudo ali estava errado.

“Um policial entrou e me viu na sala. Depois o vigilante me levou para a parada de ônibus tentando me convencer a não denunciar porque eles já estavam me liberando. Eu sou mãe de família, tenho meus filhos, e fui muito humilhada. Falei com meu advogado e decidi denunciar”, declarou.

Na época, o Grupo Mateus afirmou que foi montada uma sindicância para apurar o caso e que a conduta relatada não condiz os procedimentos e valores da empresa.

(Com informações via blog do John Cutrim)

Elias Lacerda

Jornalista apaixonado pela notícia e a verdade

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